quarta-feira, 21 de abril de 2010

BRASíLIA 50 ANOS-Clevane Pessoa, Anibal Albuquerque poetizam




Anjos na Catedral


Em meu primeiro dia na capital brasileira
da qual sabia sem ter visto de perto,
segredos, reentrâncias, arquitetura e belezas,
fui levada a um tour,
onde flores semeadas aqui e ali e um céu de bola-de-gude
demarcavam-se em minha memória para um amanhã.
Mas quando entrei na catedral ,a energia levou e elevou meu olhar.
Um anjo suspenso sobre minha cabeça e outros mais esparsamente
mostraram-me que tenho de andar na linha
para que o não desabem sobre as outras cabeças incrédulas.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
(in Rememórias)
21 de abril:Meio século de NOVACAP

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Meu amigo , Aníbal Albuquerque, envia-me também sua rememória poética sobre Brasília:

BRASÍLIA – 50 ANOS

Aníbal Albuquerque


Não canto a Brasília dos políticos corruptos;
dos conchavos, propinas, negociatas, mensalões;
do Delúbio, Dirceu e companhia ilimitada;
das compras e aluguel de siglas partidárias;
do Arruda, Paulo Octávio e seus asseclas;
das obras superfaturadas, das licitações acordadas.

Canto a Brasília de JK: planejada e construída.
A Brasília dos pioneiros: engenheiros e candangos.
Brasília de Israel Pinheiro, de Bernardo Sayão;
de brasileiros de todos os estados, com sotaques bem diversos.
Brasília do lobo guará e das flores do cerrado.
Do Catetinho, do Alvorada sem estrela do PT.

Canto a Brasília que conheci em janeiro de 1961:
Brasília ainda criança, surgindo da terra vermelha.
Do Plano Piloto de Lúcio Costa; das obras de Niemeyer;
da Catedral, do Eixo Monumental, da Praça dos Três Poderes;
das asas Sul e Norte, da Cidade Livre, do Lago Paranoá.
Brasília de céu azul e pôr do sol inigualável.

Canto a Brasília que me acolheu em 1966,
menina engalanada, naquele distante 21 de abril.
Brasília do SMU, da Super Quadra Sul 209.
Brasília da Bateria Independente Antiaérea;
do primo Márnio, do Califa, Taulois, Montedônio;
dos campeonatos nacionais de tiro ao alvo.

Canto a Brasília em que iniciei o Curso de Engenharia;
Brasília da UnB, das aulas de desenho e de estatística.
Brasília do “Dr. Jivago” e do “Tema de Lara”.
Brasília de nosso primeiro imóvel próprio.
Brasília de 1967, em que nasceu Alexandre,
nosso quarto e querido filho, agora, cearense.

Canto a Brasília, cinquentona de hoje, e a de amanhã.
Brasília asfaltada, bem iluminada, desenvolta e culta.
Com esperança de que os ocupantes de ministérios e palácios
saibam dedicar-se ao país e não a seus bolsos;
possam legislar, governar e julgar para o bem do Brasil,
rico, belo e próspero, mas tão roubado há tantos anos.

Sul de Minas, 21 de abril de 2010

Aníbal Albuquerque
EMBAIXADOR UNIVERSAL DA PAZ
(Cercle Universel des Ambasseurs de la Paix - Genebra - Suíça)
VARGINHA - MG - BRASIL

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