terça-feira, 9 de junho de 2009

LÁZARO BARRETO REAGE À MINHA POESIA



Endereços eletrônicos lotados, começo a tentar apagar armazenagens.
Encontro uma fieira de e-mails entre Lázaro Barreto ,grande escritor mineiro e eu .E umas falas sobre ele.É um velho e querido amigo.


"Clevane, Clevane, você fez o serviço completo. Como é que ainda pode existir na literatura brasileira alguém como você? Você é demais emsi mesma e em nós outros. Que Deus abençoe-a sempre, com o talento intelectual e a bondade sentimental. Abraços! Lázaro."


30/05/2007 10h14
LÁZARO BARRETO REAGE À MINHA POESIA e eu, sempre à dele, há mais de quarenta anos...


Foto:o grande autor mineiro Lázaro Barreto.

Chega-me, através de Delasnieve Daspet, que recebeu de Célia Lamounier, uma lista onde o poeta de Divinópolis (mas também contista e muito mais), LÁZARO BARRETO,coloca nomes de mulheres Poetas ("poetisa", digo-me, murano de muitas cores sim, mas quebrável).

Por minha vez, envio para Leila Miccolis,Terezinha (Alves)Pereira, pois pode ser a escritora de Pará de Minas, Yeda Prates Bernes.Delasnieve, com sua presteza habitual já acusou recebimento.Acredito que deopressa as emais, de quem não tenho o e-mail, receberão.

O poeta, ao ler meus versos, reage com a delicadeza e a humildade costumeira, mas ternamente.




Enviado por gmail.com :

"Meu querido amigo;

Bom dia, Bom dia!

Considerações;
1)Nada a agradecer, vc a fonte.

2)O verbo AGUARDADENTAR, donde o adjetivo "aguardardente" (aguardar ardente, com calor de aguardente), foi plasmado de forma especular, à imagem de seu coração ,Poeta!

3)"Clevanices de digitação em roxo".

4)Seu texto inicial, foi proposital/mente repetido após a lista de mulheres.


4)Abraço cordifraternal, fratello...


Clevane"




Em 30/05/07, Lazaro Barreto escreveu:

Oh meu Deus do céu, que homenagem mais tocante, enternecedora e imerecida! Só você mesma, Clevane, com sua infinita bondade, repleta de flores carinhosas. Que Deus lhe recompense pelo que faz por seus seus semelhantes, entre os quais tenho a honra de figurar. Mil abraços de agradecimentos! Lázaro.


Frugal Fruição.


Para Lázaro Barreto, clevanices.

Nos Anos Sessenta,
quando eu militava
na Imprensa de Juiz de Fora,
troquei cartas com este senhor
de olhar alado, moço então,
que cultivou uma "Árvore no Telhado"(*).
Não eram cartas de amor,
eram cartas de Verbo escravizado:
a serviço da poesia.

Agora, no seu formoso por-de -sol,
aguardardente a aurora de/florada,
impressionado com a sensualidade
e o erotismo declarado
das mulheres agora.

Homem de ágora,
de saborear a amora
do verbo,
o morango do versos.
o rango em prato de prata.

E dedilha liras super-éróticas,
super-herói de paredes escaladas
e selvas ignoradas.

Lázaro Barreto,barro de fundo,
rio que em cima passa,
compassado no verso
inversos, diversos, ao reverso
do cotidiano banal.

Ora zal Oterrab:
perfeito estrangeiro
em terras comuns,
é nativo em terras imaginárias
e povoou mil ventres de virgens
e mulheres experientes,
com o sêmen do sonho
e o gérmen dos sons.
Soprou rimas em recônditos,
fez chover em cavernas,
aplainou outeiros,
fez florescer canteriros,
cavalgou escravas e sinha/zinhas .
Tocou a flauta de pã.

Tudo isso
em Poesia e Prosa conjugadas:
onde uma se inicia,
a outra não finda.

Unicórnio de galáxias,
peixe de mares abissais.

Faz um rol de mulheres
que então não serão as mesmas,
jamais.

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, Minas Gerais, depois de ler a lista con/sagrada e ver meu nome nessa companhia,eu campânula de vidro.Em 29/05/2007.Num vaso , flores-de-seda ou de maio, derramam-se d'um vaso simples, femininas.

(*) Nome de livro de Lázaro Barreto, poeta de Divinópolis,onde também frutifica Adélia Prado.








AS MULHERES, SEUS VERSOS

Lázaro Barreto - MG


A vontade cria o impossível

e depois chora aos pés dele.

enquanto vemos onde está a perfeição

vemos

a inexistência dos caminhos para alcançá-la.

A harmonia noturna (até parece uma lição de Jung)

refere-se à interação dos opostos na pugna diurna.

Até mesmo a burrice tem o seu encanto, e a ruindade

o seu mistério.

A sujeira vermelha dos lábios tão puros

Os seios de mel do pensamento:

a mulher!,

o florilégio dos eventos multidimensionais:



Ana Cristina César, entre os complementos

o gato era um dia imaginado nas palavras.



Dora Tavares, uma tenda

para instalar suas maneiras.



Heloisa Maranhão, as moradias séptimas

esta velha é um pássaro.



Henriqueta Lisboa, ave poesia

duas gotas de orvalho num bemol.



Lacyr Schettino, oh flor obsessiva

foi sem antes, e deslembrada.



Laís Corrêa de Araújo, luz de uma água

sabes da vida a mansa cor?



Lara de Lemos, adaga lavrada

retomo-te em meus dentes e prossigo.



Leonor Vieira-Motta, tudo de bom!

melhor ainda fazer das pessoas poemas.



Lélia Coelho Frota, alados idílios

entre as duas transidas luas.



Maria Esther Maciel, a sina de mulher

e te senti no além de meu desejo.



Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti

os azuis se abraçam nos horizontes.



Maria Tereza Horta, as nossas madrugadas

e possuíres de mim o que não sabes.



Renata Pallotini, de cavaquinho a guitarra

envelhecias, forma empedernida.



Olga Savary, a noite dessa tarde

solidão, então me invento.



Regina Célia Colônia, sonha que o sol

de fora é o de dentro.



Terezinha Alves Pereira, persiana de flores

meu senhor de olhar de espumas.



Hilda Hilst, pensei subidas onde

não havia rastros.



Yeda Prates Bernis,

na carta guardada sempre murmura o silêncio.



Stela Leonardos

e nas veias vivos veios.



Clevane Pessoa, miríades de bolhas mínimas,

pomares de frutos ignotos.



Adriana Versiani, um dia

a alma distorcida dos espelhos.



Luciana Tonelli,

especializar em ver olhares.



Leila Miccolis, o amor que dura pouco, por toda vida

Sou da floresta o mistério a clareira.



Astrid Cabral, no preamar do meu sonho

Quando eu dizia amor um oceano desatava.



Adélia Prado,

as fainas da viuvez trabalham uma horta nova.



Ana Caetano,

a textura do deserto da palavra eu.



Célia Lamounier de Araújo,

as Sirgas e Organsins e o

resvalar seu medo na cisterna dos sonhos.



Maza de Palermo,

na pousada dos tropeiros

o tempo comeu as virgens e os joelhos das beatas.



Araci Barreto,

a liberdade além das estrelas,

bem longe, além dos horizontes.



Marly de Oliveira,

falar de amor não é apenas

atravessar algum deserto.



Helena Ortiz,

vem das abelhas às vezes

essas vozes vespas?



Delasnieve Daspet:

de que há tempo de caminhar perto

de que há tempo de caminhar longe.



.............................. lvrbarreto@gmail.com .....................................







AS MULHERES, SEUS VERSOS

Lázaro Barreto - MG


A vontade cria o impossível

e depois chora aos pés dele.

enquanto vemos onde está a perfeição

vemos

a inexistência dos caminhos para alcançá-la.

A harmonia noturna

(até parece uma lição de Jung)

refere-se à interação dos opostos na pugna diurna.

Até mesmo a burrice tem o seu encanto, e a ruindade o seu mistério.

A sujeira vermelha dos lábios tão puros

Os seios de mel do pensamento:

a mulher!,

o florilégio dos eventos multidimensionais:


Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 29/05/2007 às 22h14

http://www.clevanepesoa.net/blog.php

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***

Conheça mais de Lázaro Barreto, em:

http://www.blocosonline.com.br/editora_blocos/2006/sacpoevidig/02memorias/antologiavirtual/lbarreto01.php


LÁZARO BARRETO - Lázaro Valentim dos Reis Barreto natural em Marilândia, Município de Itapecerica.


Capricorniano,a 06/01/1934, filho de José Valentim Barreto e de Isolina Gonçalves Guimarães.

Morou na capital mineira.Rside desde 1966 em Divinópolis,a cidade de Adélia Prado.

Inês Belém Barreto é sua esposa,Ana Paula e Paulo Henrique,os filhos.

Em Divinópolis ,levou intensa vida literária.é um dos fundadores dos jornais literários AGORA e DIADORIM.

Pela Editora Vozes,nos Anos 69,com Adélia Prado, publicou "Lapinha de Jesus" ,auto natalino,um livro lindo, em papel couché,luxo para a época, pois o Brasil vinha de fase tão forte de crise de papel, que , durante um bom tempo, eu que fazia crítica literária para a Gazeta Comercial, em Juiz de fora, recebi muitos exemplares sem as costumeiras "orelhas".

Lázaro Barreto já publicou oito livros e também comparece a várias seleções em antologias,jiornais, sites,revistas...
.

Escritor prolífero, possui, ainda inéditos mais de vinte livros, de romances (oito) a contos (dois),Poesias,peças teatrais(cinco).A pequisa sociológica o atrai muito, tem mais de quatro livros também a publicar e noutro dia confidenciava-me seu olhar sobre algo que o espanta e maravilha;o erotismo da mulher que escreve, para ele diferente do masculino , e comentou alguns dos meus poemas.


A Fortuna crítica desse autor é numerosa,e sobre ele já se fez pelo menos, três estudos críticos. Maurício Faria,sobre sua estilística, escreveu sua tese de Mestrado na UFMG.

Nos meus tempos de Gazeta Comercial, discorríamos por carta (não havia Internet àquela época!)sobre temas variados e textos seus - já escrevi aqui no blog sobre isso - foram apresentados por mim , em muitos cursos e workshops, em especial o belíssimo "Querida", com o qual eu instigava profissionais sobre o adolescer...

Clevane

E agora, no penúltimo dia de maio, mostro essa a/mostra:


PERDOE A INCONFIDÊNCIA

Em maio o sol reparte rações de rosa
desfolha a pirâmide
oferece a goiaba madura, dourada e vermelha
que tu és
do primeiro ao último carinho.

(depois,
quando ela tirou a roupa...
foi isso mesmo que ela fez?
perdão se não sei dizer algo melhor).
Depois
entoamos a mesma canção
numa clave de lua, noutra de sol
(na voragem, na vertigem).
Depois
tu choravas, sem saber
se me acudias – e eu morria
e tu choravas (sentia câimbras?)
sem saber se me matava
ou se morria.

(Lázaro Barreto)

______________________________________________


SERVIÇO:
Site
http://lazarobarreto.blogspot.com

Contatos: lvrb@ig.com.br

E ainda:


Página individual de poesia em Blocos Online
Página individual de prosa em Blocos Online

http://www.blocosonline.com.br/editora_blocos/2006/sacpoevidig/02memorias/antologiavirtual/lbarreto01.php


Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 30/05/2007 às 10h14

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