segunda-feira, 16 de março de 2009
Poema-objeto - concreto
Poema objeto, exposto em novembro de 2008, no Museu da República em Brasília,enviado por Tâmia M., imagem acompanhada da explicação e detalhamento do trabalho, por Xico Chaves,o criador.
"Poema-objeto - concreto realizado com garrafas pet, tinta preto -petróleo, letras de imprensa adesivas. Conteúdo: terra vermelha de Brasília. Este trabalho tem origem em um roteiro fotográfico solitário pelo cerrado queimado no período da seca, para fotografar a vegetação verde e as flores nascendo das cinzas. Foi encontrada uma garrafa de cachaça sobre o chão calcinado e posteriormente inserida sobre a foto as palavras forças ocultas. Lembra a renúncia de Jânio Quadros e o Suicídio de Getúlio Vargas. Ambos teriam creditado estas forças suas dramáticas decisões de abandonar o poder, deixando o país à deriva. Em uma cidade-satélite do DF foi fabricada uma cachaça com esta marca no rótulo. Para lembrar estes dois momentos históricos , a inscrição foi transposta para as garrafas de Coca-cola, atualizando seu significado contemporâneo, onde as forças econômicas que influenciam o poder político estão hoje evidentes e são representadas com ênfase nos produtos de consumo popular, na mídia e na imprensa."
Concidero muito interessantes as relações objetais:a fusão da realidade histórica e a contemporânea, de algum modo submetidas às palavras que remetem a um determinismo circunstancial e pessoal que marcam dois momentos significativos, a morte de Getúlio Vargas-explicada na dramaticidade contida carta testamento- e a renúncia de um presidente, Jânio Quadros, que deixou perplexos os brasileiros e teve um significado complexo.O significante é o poema em si,mas principalmente são as palavras nas garrafas na cor do luto ocidental.Interessante ainda, a analogia com a marca de uma cahcaç-um símbolo brasieliro tambémm.Nesse caso, o poema concreto insere-se no contexto do poema objeto.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Diretora regional do inBrasCI
Pesquisadora ado Museu Nacional da Poesia-MUNAP.
Poeta Honoris Causa pelo CBLP
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